sexta-feira, 3 de abril de 2015

CRIAÇÕES FRANCESAS

          Algumas classificações são – a meu verrealmente invertidas, para não escrever ilógicas, incoerentes. Carne de primeira é a de melhor qualidade, já uma pessoa que tem educação primária não teve muito acesso a ela, uma que tem a terciária tem-na avançada; ao passo que uma carne de terceira ou um bilhete de terceira classe em um transporte qualquer não é dos melhores. Porém, um colega dizia que mulher interessante é a de segunda, visto que a carne é mais consistente que a de primeira, essa é flácida. 


          Então, vejo uma morena, cerca de 20 anos, debutante no nível terciário. É uma de primeira – escrevo, de segunda – no terciário. Eis a razão daquele intróito, para que possa entender o embaralhamento matemático-verborrágico.

          Penso: é de alguém de seu nível que preciso, porventura, todo Homem pensá-lo-ia. É ingênua, mas lépida, inteligente. Interessa-se por tradução – para a sua língua individual –, quer entender tudo a seu modo, trata-se da empolgação intelectual personalizada.

          Cumprimenta-me esporadicamente, e sorri-me meio amorenado com os seus marfins atraentes, investida de sua silhueta contrária a outros portadores de marfim, asiáticos e africanos.

          É inconcebível vê-la e não perceber a agitação do liquor vital.

          Raríssimas vezes vi dois que se emaranhassem tão à francesa, com tamanha sofreguidão. Só vi-me em similitude nas circunstâncias de máximo frisson.

          Vejo-as além da descrição, em um duplo desperdício, embora o desejável seria o trois.

          Já não me amusa mais. 01/04/2015







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