domingo, 28 de dezembro de 2014

WHY DO PEOPLE GIVE ALMS?

         Since biblical times we have been having homeless people and beggars, as the time went by, and wherever we can go, there are always some of them, their number increases constantly.

          I think they are never proud of their social and material conditions. And we cannot be either.

They can tell other people different histories, can have different ages, genders, appearances; in general, they are the same as almost other people, some of them are polite, speak well, or even do not seem to be one panhandler. Some people are shy for begging, others are not, and some others pretend to be beggars, they do not need to that.
          It is said that around 50% of the world population have 2% percent of wellness world. It is an unequal share of GDP (Gross Domestic Product). If that share does not change, the social condition of people will not, too. 
          How to modify it? Maybe it is a question without a reasonable, intelligent and practical answer.
I assume that governments have total condition to provide food and shelter for homeless people, and not leave them starving and/or freezing, depending on the geographical position they try to survive. Why do they not do that? Would it not be a lack of plan, action and desire of changing?
          So, there are people who give alms for beggars — include, there is a part of them that loves to do it —, they think that they are helping homeless people and beggars. Are they really helping them? I am not sure. Perhaps, they can be disturbing them to change their lives. Sometimes, we need a big event, it does not matter if it is good or bad, to change the essence of our lives, and for some people if they have an old and hard piece of bread to eat is enough for living. However, only that bread is not sufficient for a man to have a real life, with happiness and satisfaction that he/she deserves to justify his/her own existence as a human being.

          People, in an overall idea, give alms to feel good with themselves, they think that they are helping to improve panhandler lives and, consequently, the world. Giving alms connected to the idea of changing the world can be a motivation for their own lives, without that, there would not be a reason for their inner existence. Is it true? Are they really helping to change the world for better or are they helping to perpetuate it, as we have been looking for a thousands of years?  Dec 28th, 2014


         



POR QUE AS PESSOAS DÃO ESMOLAS?

          Desde os tempos bíblicos temos tido pessoas sem-teto e mendigos, como o passar do tempo, e onde quer que possamos ir, há sempre alguns deles, e o seu número aumenta constantemente.
          Eu penso que eles nunca são orgulhosos de suas condições sociais e materiais. E, também, não podemos ser.
          Eles podem dizer às pessoas diferentes histórias, podem ter diferentes idades, gêneros e aparências; Em geral, eles são o mesmo que as outras pessoas, algumas delas são educadas, falam bem, ou nem parecem ser mendigos. Alguns são tímidos por estar pedindo esmolas, outros não, e alguns outros fingem ser pobres.
          Diz-se que cerca de 50% da população mundial tem cerca de 2% da riqueza do mundo. É uma partilha desigual mesmo. Se essa divisão não mudar, a condição social dessas pessoas não mudará também.
          Como modificá-la? Talvez, essa seja uma pergunta sem uma resposta razoável, inteligente e prática.

 

          Parto do princípio de que os governos têm total condição de fornecer comida e abrigo para moradores de rua, e não deixá-los morrer de fome e/ou frio, dependendo da posição geográfica em eles tentam sobreviver. Por que não fazem isso? Não seria uma falta de plano, ação e desejo de mudança?
          Assim, existem pessoas que dão esmolas para mendigos - inclusive, há uma parte delas que gosta de fazê-lo - por pensar que estão ajudando as pessoas sem-teto e mendigos. Elas estão realmente os ajudando? Eu não tenho certeza. Talvez, eles podem estar estorvando mudanças em suas vidas. Às vezes, precisamos de um grande evento, não importa se ele é bom ou ruim, para alterar a essência de nossas vidas, e para algumas pessoas, se eles têm um pedaço de pão velho e duro para comer é o suficiente para viver. No entanto, só aquele pão não é o bastante para um homem ter uma vida real, com a felicidade e a satisfação que ele merece para justificar sua própria existência como um ser humano.
          As pessoas, de uma ideia geral, dão esmolas para se sentir bem consigo, elas pensam que estão ajudando a melhorar a vida dos mendigos e, consequentemente, o mundo. Dar esmolas conectada à ideia de mudar o mundo pode ser uma motivação para suas próprias vidas, sem isso, não haveria uma razão para a sua existência interior. É verdade? Eles estão realmente ajudando a mudar o mundo para melhor ou eles estão ajudando a perpetuar o problema, como temos visto há milhares de anos?
          Mas, e os governos? Por que eles conhecem a situação dos mendigos e moradores de rua e nada fazem para resolver o problema? Há mais de um bilhão de pessoas que passam fome em todo o mundo. Eles dizem que não há recursos financeiros para extinguir o quadro, apesar de tê-los para lutar em muitos conflitos, alguns dos quais podem durar anos. Alguns acham que a sociedade é responsável por ajudar as pessoas sem renda.
          A maioria das pessoas paga altos impostos para os governos administrar as sociedades, em todos os seus aspectos.
          Certos governos fingem não ter um problema social, ou  acham que não é tarefa sua, ou que a sociedade deve resolvê-lo ou ajudar os governos  a resolvê-lo. Nós temos muitos tipos de governos e respectivas autoridades.                                                                                         28/12/2014 

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

CURITIBA ESTÁ UM FORNO A CÉU ABERTO, NEM AS BARATAS QUEREM ANDAR SOB O SOL



          No dia 17 de outubro de 2014, às 13h 40min, quando um ônibus  da linha Santa Cândida/Capão Raso passava pelo bairro Juvevê  uma usuária gritou que havia uma barata circulando entre os usuários. Outra disse não  era uma, mas várias, de verdade era um enxame.
 
          A mulherada entrou em alvoroço, outra disse alguém deveria ligar para o 156 número da prefeitura e reclamar. Outra disse que se deveria avisar ao motorista que o ônibus estava cheio de baratas, o que o inocente trabalhador poderia fazer? Caçar o pequeno inseto?

          Mais uma paniquete que não tinha nenhuma semelhança com as da TV disse que alguém deveria tirar uma foto e postar na internet, para que todos os conectados soubessem do absurdo, da falta de cuidados com os ônibus urbanos.

          Mulher, ou qualquer outro ser humano, torna-se deveras corajosa quando agrupada. Aumenta o número de manifestantes, ao que um varão disse a uma moçoila para cuidar-se, visto que estava de saias, essa fez expressão enojada e invocou a sua deidade.

          Algumas mais afoitas gritaram que alguém deveria matá-las; o mais o interessante é que nessas horas ninguém existe, é um ser desconhecido, enigmático e invisível, ninguém vê ou sabe quem é alguém.

          O do sexo oposto, que brincara com a moça saiada disse que, se alguma matasse qualquer dos insetos, acionaria o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), pois nenhum ser vivo deveria ser morto sem autorização da autoridade competente.

          Outra pessoa disse que era um bicho nojento, que ninguém merecia dividir o ônibus com ela, ao que outro replicou que era um ser vivo, logo, tinha direito à vida como qualquer um outro. Não sei se o caso seria da alçada do IBAMA, todavia, o ameaçador conseguiu com que as apavoradas recuperassem um pouco do controle emocional.

          Realmente, barata é algo um pouco, ou talvez bastante, desagradável, mas se formos matar todos os seres vivos que nos causam incômodo, daqui a pouco poderemos querer também matar os seres humanos que nos incomodam, de repente um político ou qualquer outro cidadão  pode querer matar o seu adversário, como tantos incivilizados fizeram e fazem, principalmente no nordeste brasileiro.

          Temos que pensar bem até que ponto é viável, justo, legal e respeitoso eliminar outro ser porque não nos agrada. Até que ponto, tem-se o direito de extinguir a vida de outro ser?                                   17/10/2014

domingo, 31 de agosto de 2014

O PÚBLICO COMO SE PRIVADO FOSSE

     Curitiba, estado do Paraná, desde há alguns meses, tem tornado-se um imenso dormitório a céu aberto, ou quando não, com teto, sem portas, janelas e paredes. Pessoas fazem-no nas praças, nas calçadas, debaixo de pontes ou marquises de prédios públicos e privados.
     Não importa para o que seja, ninguém é obrigado a ter dinheiro, tanto é verdade que muitos de nós não o temos para boas moradias, roupas, férias e diversões. E muito pior do que para esses os quais podem ser considerados, por alguns, como supérfluos é quando não o possuímos para a obtenção dos meios necessários para satisfazer as nossas necessidades básicas, conforme a hierarquia de necessidades, de Abraham Maslow, visto que sem elas a existência torna-se um caos.
     Há os que são contra a propriedade privada, eu não o sou, e nem um pouquinho contra a pública, desde que, de verdade, atenda ao povo.
     O que não quer dizer que eu possa ocupar certo patrimônio público em detrimento de outrem. O que é público pertence a todos, e não a determinado a alguém.
     O vendedor ambulante se satisfizer as exigências da vigilância sanitária e recolher os devidos impostos deve ter o direito de ir e vir vendendo o seu produto. Porém, se tornar-se estático e ocupar uma área pública, seja em cima de calçada, ou mesmo área de rolagem de veículos, os quais são áreas de locomoção comum, onde muitos querem transitar, ele passa a ocupar um espaço público e perturba os demais, como se privado fosse.
     O mesmo ocorre com o flanelinha cuidador de carro que ocupa um espaço público e extorque outros cidadãos com a conivência do poder público. Se alguém ousar a não lhe pagar pode ser ameaçado, e alegar que o corajoso caloteiro quer atrapalhar o seu ofício. Eis a pergunta: quem precisa dele ou do seu trabalho? Você precisa? Eu, não!
     Dentre tantos que querem grilar o território público, há o dormidor em espaço público, e o faz a qualquer hora como se fosse a sua casa o que de fato o é—, alguns encenam gestos e palavrórios obscenos, alguns outros ameaçam transeuntes, mormente mulheres.
     Realmente, ninguém é obrigado a ter posses ou poder de compra, porém, os que se encontram naquela condição não deveriam obrigar outrem a aspirar fragrâncias indesejáveis, ver dejetos animais ou humanos e, às vezes, pisá-los.
     Sabe-se que há muitos casos de insanidade mental e/ou dependência química. Esses são de responsabilidade do poder público. O SUS (Sistema Único de Saúde) não é para todos, assim, como os espaços públicos?
     Os brasileiros às vezes, estrangeiros também que ocupam as vias públicas como suas residências têm as suas liberdades de ir e vir, como diz a Constituição Federal, mas como ficam os outros no que tange ao mesmo direito? Não têm direito aos espaços públicos em que há dormidores (habitantes), visto que esses tornam os locais exclusivos e imundos? Onde está estatuído que se pode ocupar espaço público por tempo indeterminado?

     Não se pode obrigar alguém a dormir em um albergue institucional, contudo, ocupar com exclusividade alguns espaços públicos pode! Não há incoerência nesse impasse?               29/08/2014

quarta-feira, 18 de junho de 2014

A SELEÇÃO PODE RESOLVER O TRÂNSITO AUTOMOTIVO

            No dia 17 de junho de 2014 houve jogo do Brasil, na copa do mundo.
 
            Enquanto eu resolvia meus assuntos contábeis, de forma concentrada, os vizinhos esbravejavam e xingavam vários elementos em diversas situações.
 
            Desconhecia o adversário brasileiro, todavia, supus que o placar não diferia de 0 X 0, visto que não ouvira um espoucar de rojão sequer, o qual seria mais certeiro do lado brasileiro, dificilmente surgiria algum imprevidente do outro lado para fazê-lo.
 
            Soube mais tarde que a peleja iniciara-se às 16 horas. Por volta das 17 horas, dirigi o carro com destino a 8 quilômetros.
 
            Nessa distância, 20 veículos cruzaram por mim, 3 ultrapassaram-me, e eu ultrapassei um que rodava muito devagar. Portanto, cruzei com 2,5 veículos a cada quilômetro, e a cada 6,6 km um veículo ultrapassou-me. Os oito quilômetros que, de rotina, percorro em 25 minutos fiz em 14 minutos, o que permitiu-me imprimir a velocidade média de 34 quilômetros horários, o que é excelente para o trânsito urbano; e, ainda, economizei 44% do tempo habitual.
 
            Há cerca de 3 anos, elucubrei que em 10 anos por volta do ano 2021 ninguém conseguiria locomover-se de carro, porém, estudiosos do trânsito preveem que isso pode acontecer bem antes na Europa.
 
            Assim, por acaso, descobri a solução para o trânsito na hora de pico eliminar a hora de pico , o que desconstruirá o trânsito da hora de pico.
           
 Foi uma experiência prazerosa dirigir sem trânsito em uma via de grande movimento (avenida Erasto Gaertner, Curitiba, estado do Paraná); do início ao fim, eu poderia contar os veículos em movimento nos dedos de uma só mão.
 
            Solução: planejar e executar jogos da seleção brasileira de futebol na suposta hora de pico do trânsito. Os que dirigirem nesse horário não encontrarão trânsito pesado, muito pelo contrário, dado que a grandiosíssima maioria, cerca de 99,999% dos nativos e simpatizantes estarão assistindo aos jogos.
 
            Às 18 horas, saí de novo, o meu sonho de consumo tinha se esvaído. As ruas estavam repletas de veículos, conjecturei o término do jogo; mas, ainda bem, não havia carros buzinando, sendo dirigidos por tresloucados motoristas. Pensei: será que o Brasil perdeu?
 
            Fui ao supermercado, no qual havia bastantes clientes. O vigia culpava o caixa pelo mau resultado. Não me contive e perguntei-a se o time deles havia perdido, ela respondeu que havia empatado por 0 X 0. Perguntei pelo adversário, ela respondeu que foi o México, acrescentou que não tinha responsabilidade alguma pelo resultado, porém, estava muito feliz por que folgaria no dia do próximo jogo, que torceria muito por um resultado melhor. Desejei-lhe sorte, e segui o meu trajeto.
 
           
É intrigante perceber que promissoras resoluções surgem de maneira inesperada.
 
P.S.: E para que a hora de pico não seja postergada e, ainda, incrementada por algazarras, cornetadas e buzinaços é só o time brasileiro perder, ou, no máximo empatar. Fácil assim!                                     18/06/2014
 
 
 

 
 
 
 

segunda-feira, 9 de junho de 2014

NÃO SEI TUDO QUE SABEM

Tem algum restaurante que você recomenda por aqui?
No Shopping Água Verde!
Onde é?
No Shopping Água Verde!
Eu não sei onde é o Shopping Água Verde!
Você vira à esquerda na próxima rua e vai encontrá-lo.
Obrigado!
 
          Viro à esquerda na próxima rua, e no meio da quarteirão pergunto à outra pessoa:
O Shopping Água Verde é para cá? apontando a direção para a qual caminhava.
Não, é no sentido contrário.

          Pode ser que essa pessoa não soubesse distinguir direita e esquerda, porém, descartando a hipótese, pergunto: Porque é que muitas pessoas ( a maioria) acha escrevo acha porque nem pensar sabe, ou acha que sabe que todos sabem tudo que ela sabe? 
 
          As pessoas se perguntam se sabem tudo o que todos os outros sabem? Se a resposta fosse afirmativa e verdadeira só teríamos gênios e semi-deuses neste neste planeta. É justo nesse ponto que contesto que todo ser humano seja racional. Tal assertiva é por demais controversa; penso que a minoria de nós o é na total acepção da sentença.  

          Seria ótimo que eu fosse racional, que soubesse tudo o que os outros sabem, o processo constituir-se-ia uma progressão geométrica até o ponto em que deteria o conhecimento universal. Saberia tudo, inclusive quais as mulheres que me consideram se é que existe alguma atraente e/ou irrestível. Tomaria todas as decisões de forma acertada, não precisaria de conselhos e ensinamentos de quaisquer outrem.
 
          Penso que só não conheceria o futuro, porquanto, ninguém o conhece; porém, como portador do conhecimento infinito teria aparatos suficientes para prevê-lo, o que já ajudar-me-ia deveras. No entanto, haveria um inconveniente, todos os outros saberiam o que eu sei. Não que tenha um segredo macabro, só que não gostaria que os outros conhecessem o âmago do meu, sou egoísta, ele só pertence a mim. 
 
          Naquelas poucas horas em que me destaco por algum parco conhecimento obtido ao longo de minha existência, por ventura, com bastante esforço, não teria os raros e pequenos deleites. Outro empecilho, as mulheres que considero atraentes, charmosas e coisas tais saberiam disso, e como é que eu ficaria como portador de enorme pudicícia? Só se eu tivesse conhecimento também para suplantar mais essa inépcia. 
 
          Se todos soubéssemos tudo, todos teríamos as mesmas capacidades e, nesse aspecto, todos seríamos iguais. Agora, já hesito se seria mesmo tão espetacular, nada haveria que nos impulsionasse, visto que nada não precisaria de esforço, inclusive para viver bem, viver muito talvez para sempre com todo conforto e galhardia. Todos poderiam ser e ter tudo, quando, então, o tudo não seria o bastante para ser de todos e significar o tudo em conhecimento. Quem dedicar-se-ia ao que pouco, ou quase nada, vale? 
 
          Assim, sugiro que ao sermos perguntado, trabalhemos o próprio ser pelos menos, de forma superficial para entendermos que não sabemos tudo o que os outros sabem e vice-versa. Perguntemos se os outros conhecem determinado fato, se entenderam o que lhes explicamos.

           Após algumas décadas, só não encontrei um endereço dentre os inúmeros que procurei, talvez por não saber francês e falar um rudimentar inglês. Tais achados não se devem a mim, de maneira exclusiva, a maior parte deve ser atribuída a muitos, os quais deram-me as informaçãoes condizentes às procuras.

          Em muitos casos a pergunta é mais importante do que a resposta, não só porque é a origem dessa, mas porque as perguntas inteligentes conduzem respostas/resultados pertinentes que podem mudar o curso da história. 
 
          A pergunta é mais importante do que a resposta por ser a força-matriz de um processo qualquer, sem ela nada ou quase nada tem-se.

          O diálogo inicial poderia ser reescrito da seguinte forma:
Tem algum restaurante você que recomenda por aqui?
Sim, no Shopping Água Verde. Você sabe onde é?
Não, poderia explicar-me?
Você sai do prédio e vira naquela direção (apontando com a mão). Depois vira à esquerda (apontando com a mão, para que o interlocutor perceba a coerência ou não da fala com o gesto. Então, você vai encontrá-lo no meio do quarteirão. Você entendeu?
Sim! Obrigado! Tchau!
Por nada. Tchau! 
 
          Devemos e podemos lembrar que ao efetuar um questionamento queremos uma resposta satisfatória àquela; a menos que ela seja uma das ferramentas da oratória. Todavia, nesse caso, a intenção está desatrelada das verdadeiras perguntas e respostas.    25/02/2014



 

 

 

 

quinta-feira, 27 de março de 2014

MACRAMÊ (TRAMAS DA VIDA)



            Inúmeras pessoas exercem suas atividades com excelência — quer sejam profissionais, quer sejam por diletantismo —, o que não devem e/ou podem diminuir a admiração por muitos e, ainda, trazem muitas conjecturas do seu porquê nas reflexões de alguns.
            Soube de vários casos que poderiam ilustrar a questão , entretanto, quereria salientar a história de uma septuagenária artesã das linhas e tranças que no correr  de uma década dedicou-se à atividade no afã de ressignificar a sua existência após o estabelecimento de sua família unicelular e para o complemento de sua renda.


            Até iniciar-se como vendedora  em uma feira de artesanato para auxiliar uma das filhas, só havia feito bordados em ponto cruz, costuras simples e consertos  para a própria família, com nenhuma intenção de ganho financeiro. A convivência com  outros artesãos da feira estimulou-a a aprender algum ofício com eles, pôs-se a confeccionar cestas, cestinhas, porta garrafa de vinho com jornal desatualizado — aquele que alguém leu ou não, mas que é mais antigo que o de hoje — e,  também, fazia velas  perfumadas, das mais diversas cores, para a decoração dos lares a que muitas mulheres dedicavam-se.
            Migrou para a fazedura de bolsas, porta-moedas e cintos utilizando lacre de lata de bebida e a técnica do caseado, com a companhia auxiliar de linhas e agulhas.
            Em pouco tempo  pôde-se constatar, por meio  de comparações, a  superioridade do seu desempenho na diferenciação de emaranhados iniciais em adereços.
            Assim, enfeitou a vestimenta de muitas jovens e, eventualmente, de balzaquianas e  maduras mulheres.
            Como toda moda tem o seu fim, a dos adereços com lacres também encerrou-se. Entrementes, durante o decréscimo do interesse público por tal ornamento guinou para o enfeite de toalhas e panos diversos para cozinha com a técnica do macramê, porém, sem os lacres. Desenvolveu sua habilidade com o auxílio primeiro de uma instrutora e, posteriormente, com o das revistas pertinentes; os panos eram deveras elaborados que muitas pessoas apenavam-se para enxugar seus  utensílios de cozinha.
            As tramas em macramê atraíram a admiração de tantos quantos os viam: companheiros da feira de artesanato, turistas nacionais e do exterior.
            Algumas figuras trançadas eram dignas de ser consideradas obras de artes; na verdade, eram-no.
            Da mesma forma, podem-se encontrar muitos outros trabalhos merecedores da mais elevada consideração — independente da área de atividade. Também vê-se que o trabalho tem um componente de socialização para o ser humano, visto que é um ente gregário.              21/01/2010




domingo, 12 de janeiro de 2014

A GRAÇA DE UMA MONT BLANC

          Visito uma família que mora em uma espécie de vila de quatro casas, em uma rua sem saída, duas a duas, e de frente para o outro grupo. As casas são feitas sobrados, pintadas na cor mostarda, com janelas de madeira na cor marrom. Parece um local interessante para habitar.

          Ao andar pelo corredor — ou rua sem saída ­—  para partir é possível visualizar os fundos estruturais de uma casa vizinha em enxaimel. Quantas histórias neste recanto. Quantos anos teria esta construção?
 
          É um caminho de algumas dezenas de metros da rua até às portas, nesse há algumas plantas, onde dois jovens gatinhos (um amarelo e outro preto e branco) brincam. Os filhotes animais são, sob certos aspectos, similares aos bebês humanos, um deles é quanto à graciosidade. Os bebês em geral são exemplos além do anterior, de energia, de beleza e de encanto no que tange ao futuro — da esperança no porvir.

          Das plantas que são belas faço diversas tomadas fotográficas, dos gatinhos entre as folhagens também.

          Uma criança com seus cabelos castanhos claros e longos, com janelinhas  nos incisivos centrais superiores (em que uma das abas está mais alta ou a outra mais baixa que a primeira, na dependência do referente), pergunto-lhe o nome, ela o diz:
— Fernanda.
— Fernanda Montenegro?
— Não!
— Então, é Fernanda Monte Branco, Fernanda Mont Blanc?
— Isto, isto mesmo.
— Está certo, prazer em conhecer você, Fernanda Mont Blanc.
— Pessoal, eis aqui a nova famosa dentre as maiores celebridades do cenário nacional: Fernanda Mont Blanc.

          Um lindo sorriso de janelas escancaradas invade-lhe a pueril face. Que doce e esperta criança. Corre avante e a ré brincando com os felinos domésticos. Afinal, a inesperada,  e  quase sempre fugaz, fama não ofusca o cerne existencial dela.

          É energizante ver e conviver com crianças saudáveis, inteligentes e bem cuidadas ( com os jovens animais também). Nenhuma criança deveria ser carente das necessidades básicas — elas deveriam ou poderiam ser priorizadas em relação aos adultos —, e nem desprovidas de segurança e afeto.                                                                 10/01/14



 
 

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

O BRASILEIRO NÃO CORDIAL

            O brasileiro tem o hábito de valorizar tudo que é estrangeiro, entenda: Europa, EUA e outros países desenvolvidos.
           Chega ao absurdo de subjugar coisas nossas em favor de alheias, sem ao menos conhecer as características de certos produtos ou atividades só pelo fato de serem Made in Brazil. No entanto, há exceções, por exemplo: biótipo da mulher, futebol e esperteza nacionais.
        
            No tocante à mulher brasileira, é inconteste, ele tem razão. Estava em Stohenge, Inglaterra, quando circundavam-me gentes dos mais variados cantos planetários, rostos e físicos, que de forma isolada, desmereciam o mínimo desdém, havia faces europeias lindas, orientais rostos simétricos acompanhados de olhos ovalados, órgãos da visão árabes de penetração enigmática, quando vi um físico que se equiparava à arte dos deuses escultores, não pude me conter, aproximei-me e perguntei-lhe: Excuse, where are you from? Ouvi: I'm from Brazil. Meus neurônios autoquestionaram-se porque eles não tinham a mesma intuição com os números da mega-sena da virada de ano.        

           Quanto ao futebol, o nativo não poderia opinar de forma diferente, considera-se o melhor dentre todos, contudo, há discordâncias e alternâncias com outros.          

           Em relação à esperteza, realmente temos muitos malandros — de todos quantos possíveis matizes — desde o esperto para entender uma piada capciosa (o que não é malandragem, só esperteza) até os mais despudorados e ignominiosos. Espero que nunca tenhamos a máfia brasileira como instituição, porquanto ela sempre existiu em nosso conjunto social.

           E é justamente devido cada brasileiro querer ter — logo, exercer — a suas idiossincrasias, pelo desapego, descaso e desrespeito por toda e qualquer regra, talvez seja por deseducação, ou pelo simples ato de infringir a ordem como que a exercer a própria fruição da liberdade falsa proporcionada, e isso independe de qual segmento da sociedade venhamos a nos reportar.

           Poderá alguém alegar que são consequências da miscigenação, o que acarreta o imbricamento das características indesejáveis de todos componentes de origem no grupo social brasileiro em questão.

           Desrespeita-se e escarnece de tudo para criar o próprio estilo, já não do brasileiro, mas de cada brasileiro.

           Essa caracterização enseja por conceituar a descrição descaracterizadora de um povo, não como sociedade , haja vista que dessa maneira não se pode sê-la, e sim um bando de seres vivos que deveriam compor a espécie homo sapiens, e não o faz.

           Cada um por si tenta lograr êxito, alguns nem sempre com as mais virtuosas ferramentas.
           Não é imoral chegar ao cume, todavia, os meios empregados para acessá-lo fazem diferença.

           Isso não significa que o homem deve ser cordeiro sempre; existe um momento de sê-lo, e a necessidade de ser leão também pode-se fazer imperiosa. Assim como não se pode ganhar uma guerra no campo com palavras arrazoados para persuasão.

           A criatividade não deve ser tolhida por amarras. Liberdade para todos requer alguma perda individual.

           Por que o brasileiro também não venera a postura de outros povos, no que se refere ao coletivo em detrimento do seu egocentrismo?

           Como serão as imagens do brasileiro — e do "Brazil" — após a Copa 2014 e as Olímpiadas 2016?                                                                          08/12/2013