quarta-feira, 29 de julho de 2015

A DEUSA DO CHOCOLATE

           Chego a um dos meus inúmeros destinos.
 
           Uma jovem recepciona-me. Os seus cabelos com longas e belas tranças reluzem-se no meu sentido.
 
           Não consigo impedir os meus deslumbramento e desconserto. Ao abrir a boca começa-se uma sinfonia, mesmo quando não há rimas, visto a maviosidade de seus sons.
 
           Não se altera um segundo sequer, seja ao perguntar, seja ao responder, como quem tem tudo sob o seu controle, e o tem.
 
           Não é comum tamanha solicitude, ela pede-me que a acompanhe. A conversação se estende pelas raias das amenidades, todavia, a mente ousa.
 
           Adianta-se alguns passos, outro extasiamento, agora pela arquitetura do templo, por suas estética e simetria, e como geralmente essa conduz à perfeição, a sua pertence à regra.
 
           Desde as colunas estruturais, passando pelo médio palaciano até a torre, é a plena e infinita harmonia diante dos olhantes meus.
 
           Ao fixar-me em uma janelinha losangular entre duas colunas de Trajano, vejo os meus destino e sonhos entremeados no vácuo, assim, a mente imiscui-se no devaneio de mesma dimensão.
 
           Há abóbadas acopladas a lateral das colunas, algo jamais visto. A minha realidade seria outra – mas não um sonho –, prefiro àquela, se viver pudesse neste paraíso/templo regido por esta deusa.
 
           Da Vinci, Le Corbusier, Niemeyer e tantos outros, se o vissem, sentir-se-iam enciumados do ignoto colega.
 
            O tempo irá para não sei onde, contudo, a sua imagem e a minha veneração serão infinitas enquanto este plebeu esqueleto subsistir.
 
           Ah! se o tempo parar pudesse nestes lugar e instante, ninguém saberia disto, porém, o meu deleite seria mais incomensurável do que qualquer outro d'agora ou d'antes.
 
           Ó, deusa do chocolate! Por que não me achocolata, melhor ainda se o for com o amaro, e com 70 a 90% de cacau? Não recebi pousada definitiva, assim, abastecido de feniletilamina e de flavonoides do seu âmago e das suas calorias, tenho que seguir para os meus outros destinos, contudo, a mente está estática. 
                                                            Maio de 2015.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

PARCERIA II


        

  A educação, o bom trato e a comedição seduzem, como todas as características dessa natureza o fazem e dever-nos-iam habitar.
 
          O desejo pelo desejado desperta-lhe o desejo desejado pela desejadora. Excita-o deveras, visto que o macho apraz-se ao reconhecer-se apetecido.
 
          O ósculo é na justa medida, ativo, ousado, acariciador e instigante, suscita o mais querer.

           O ronronar, que se assemelha ao cio temporal leva ao devaneio e à exacerbação do potencial, à busca do contentamento do duo.

           O solicitar, mesmo que disfarçado, de certas selvagerias faz com que a busca do clímax seja almejada, impulsionando-os atos para a consecução do fim.

           A ação conjunta, a busca do sincronismo e do bem comum, ocasionam o prazer da realização e do querer continuar ou do refazer, melhor. Visto que não há titubeios ou negações às proposições para o intento.

           O bom humor alegra e conforta com reciprocidade, proporciona bem-estar e vontade de continuar a lide.

           O outrem é  respeitado, não questionado, ou pretendido que  mude.
 
          O grau adequado e intencionado da temperatura, a hidratação e o  atrito estruturais  em ideais  condições de anseio são parceiros no atingimento metas.         21062015

sexta-feira, 17 de julho de 2015

PARCERIA I

          Faz-se interessante quando o ser humano sabe escutar e ouvir, bem como a hora e o assunto adequados. São poucos os que se encaixam em tais.

          A comedição  pode ser considerada uma das grandes virtudes, mesmo que nenhuma seja pequena.



          O riso justo e circunscrito aos afetos é um ato de respeito para com todos que possam ser envolvidos.

          O aparelho gustativo é composto por vários órgãos, esses podem ser ativos ou não, os primeiros são os esperados, e se são ativos com iniciativa, tanto melhor. É de bom agrado que sejam odorizados e saibam desempenhar as suas funções, quando causam o deleite dos alcançados.

          Os membros dinâmicos aprazem os que os veem/tocados.

          É desejável que a água seja molhada, se o for, cumpre o que dela imagina-se e frutifica os que a querem, visto que o agricultor se satisfaz com a sua abundância na época certa. Há plantas alimentos, dessas ninguém pode prescindir; entretanto, há as que preenchem os anseios outros, e são tanto ou mais almejadas que as primeiras.

          Os pássaros que habitam o pomar alegram o cultivador deveras, tanto que os deseja de forma veemente.
 
          Para tanto, fazem-se necessários as ações e os quereres de todos os envolvidos para que a orquestra da natureza se apresente e conspire com o maior de todos -- o universo.                                 
                                                         21/06/2015