domingo, 26 de agosto de 2012

QUÃO MARAVILHOSO

            … é revolver-me com as suas lembranças físicas;
            ... é imaginar que a quietude poderia presenciar-me o físico e a mente sob o aconchego e o calor de uns locais amados e desejados;
            ... desesperador e animalesco é saber que os meus instintos superam o meu lado racional.
            ... e prazeroso é imaginar um sorvete liquifazendo-se nos seus quentes lábios;
            ... e instigante é sentir o tracionar lingual do verbalizador;
            ... e selvagem é ficar com as costas cravadas pelas garras da pantera descarnada, mas forte e quase...
            ... e emocionante é ouvir os seus  uivos;
            ... e  fenomenal é ver os seus tremores;
            ... e sensível é ver o escorrer de suas satisfeitas lagrimas;
            ...e deslumbrante é ver o violão e imaginar a melodia  da sua  caixa de ressonânci;.
            ... e gostoso é saborear o alimento e notar as sementinhas pilosas;
            ... e indescritível é ver os frutinhos crescerem pouco a pouco;
            ... é ver e sentir  as florezinhas molhadas pelo orvalho;
            ... é ver a natureza, a cada dia, querer mais a sua própria  realização.                         01/04/93

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O BRASIL NÃO É MAIOR QUE O REINO UNIDO! ( com comentário e resposta)

 Recentemente a mídia brasileira anunciou em boas tonalidade e legibilidade que o Brasil é a quinta economia mundial, ocasião em que havia ultrapassado a do Reino Unido. Entretanto, penso que a colocação no cenário econômico é apenas um dado a se considerar – o que é tendencioso – têm que se analisar os países em aspectos mais amplos. Veja bem, o Brasil tem 38 vezes o território e mais de 3 vezes a população do dito ultrapassado; detém o 84º IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), enquanto o outro, o 26º; bem como — ou seja, mal que — o brasileiro tem uma expectativa de vida de menos 7 anos que o do comparado. Quantas universidades brasileiras foram classificadas dentre as 200 melhores do mundo em 2011, segundo o THE (Times Higher Education)? Uma. Quantas do Reino Unido? Trinta e duas. Quem vive melhor não é aquele que trabalha mais, ou produz mais, e sim, aquele que gasta melhor consigo, neste caso, com o seu povo. O Brasil não sabe e nem se preocupa em gastar racionalmente, ou melhor, não há redistribuição de renda, nem oferta de bons serviços públicos para o seu povo. Para mim, não importa se o meu país é a primeira ou a última economia mundial— isso é orgulho de tolo — quero, sim, qualidade de vida para todos meus conterrâneos, com tudo que isso possa abarcar: politização (não apenas participação em um ou outro partido político), consciência de direitos e deveres, cultura e escolarização, saúde, patriotismo consciente, lisura nos meios públicos e privados (incorruptibilidade), haja vista que essas características trazem muitas outras também fundamentais ao ser humano. Esse sim, seria um povo que saberia viver verdadeiramente; subsistir é para as pedras. Quero que o meu povo tenha o primeiro IDH, significativa participação no mundo acadêmico e científico, renda anual individual de U$ 60.000, e não renda per capta — essa é uma grande ilusão. Prefiro a qualidade de vida daquele povo à da quinta economia mundial. E você, brasileiro?  
                                                                                                                     06/01/12
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Muito pertinente o assunto. Infelizmente o povo brasileiro gosta de ser enganado e se contenta em ser o país do futebol (nem isto somos mais); em ter o maior "espetáculo da Terra", o carnaval. Maior pra quem? Só se for pra quem gosta. Toda a população mundial gosta? Muitos BRASILEIROS, e me incluo neste grupo já não suportam mais este feriado de desgraças: milhares de mortos nas estradas, jovens engravidando a esmo (o importante é "beijar na boca"), DST's sendo disseminadas, drogas...drogas? Sem comentários. Músicas, cujas letras são de uma pobreza à altura da grande massa populacional deste país, pobreza esta a que me refiro educacional. Então, como podemos classificar como maior espetáculo da Terra? Espetáculo pra quem? BBB...ah, BBB. Como pode um programa de TV assim ter tanta audiência? Na realidade, o que escrevi antes explica isto. É, está explicado. Quando me perguntam se assisto a este programa, respondo: "poxa, eu tenho em meu currículo o primeiro grau completo, sei ler e escrever e por isto acho que tenho condições suficientes para assistir e entender algo mais". Pedro Bial, quanta decepção! Um correspondente internacional com uma história jornalística invejável sujeitar-se a isto? O que esperar do restante da população quem mal sabe em quem votou? Tudo isto que citei é porque, se nossos governantes não tomam medidas necessárias para mudar este quadro nebuloso em que nosso país viveu, vive e viverá, culpa disto é de nós mesmos, o povo brasileiro. Afinal, de onde saem nossos lideres? E por tudo isto, acredito, infelizmente, que nem meus netos vislumbrarão o Brasil como quinta maior nação do mundo aos olhos de Ismar dos Reis Magalhães, visão que eu, em minha modesta opinião, compartilho neste comentário.

Comentário de André Luis, 02/03/2012
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Réplica

Se o Imperador Vespasiano disse “ dê pão e circo ao povo” ele deve ter sido inteligente, embora  muitos discordem disso; porém, se não consideramos que povo seja 100% da totalidade dos seres humanos num considerado grupo, mas a grande maioria, eu concordo plenamente com o imperador romano.

Para atestar basta observar a mídia e o povo — não a totalidade, pois sou parte dele e considero que penso um pouco diferente do trivial.

Beijar na boca pode não ser o mais importante, entretanto, também tem a sua importância no contexto geral humano. Assim, como as drogas sempre tiveram o seu papel na história da humanidade; todavia, quem conhece os seus efeitos e sabem aonde quer chegar tem condições de optar pelo uso ou pela abstinência.

Quer seja o sexo precoce, os mais diversos vícios e falta de bons hábitos e virtudes nossas são o retrato de nossa cultura, não conseguimos viver por muito tempo algo que não somos. Todas essas mazelas são o nosso retrato; o dia que melhorarmos como indivíduo e todos os indivíduos do grupo também seremos outro povo — com o mesmo nome, brasileiro —, porque teremos outra cultura, caso não, o quadro vigente será o futuro.

Do trânsito — 42 mil mortes, fora as lesões temporárias e definitivas, no ano de 2011 —, e o governo popular democrata brasileiro sequer vislumbra um lenitivo para esse mal. Mais uma vez: o povo não sabe ou não quer exigir que se faça algo. Só reclamamos quando o mal nos atinge no cerne.

Não se zangue com o BBB, são só pessoas inteligentes que sabem ganhar dinheiro com o que o povo gosta e quer. Os canais de documentários e programas informativos, a maioria, não tem um centésimo da audiência dele. O brasileiro é o segundo maior frequentador do Facebook, em escala global. Haja perda de tempo.

O nível cultural, o caráter, a utilidade, a espiritualidade, o nível de humanismo e tantas quantas outras boas características não têm relação com os anos que se passou sentado nos bancos escolares. Caso assim fosse não teríamos tanta desfaçatez nos altos escalões do governo, empresas públicas e privadas.

Mais uma vez, a culpa do povo é só parcial, já que ele não saber optar pelo que lhe é benéfico ou não. Mas sim, os líderes ( políticos de todas as esferas e escalões, professores, formadores de opinião em geral, e tantos outros que são chefes de qualquer grupo, por menor que seja ele)  são os grandes responsáveis —  visto que são esses que fazem as escolhas em nome do povo.

E só voltar ao ponto que se fala de mudança cultural e teremos a resposta para esse quesito. Neste mundo em que se considera o dinheiro o maior  valor — somos induzidos a acreditar nisso — e nos matarmos para consegui-lo, sóbrio é quem consegue lembrar que pode existir uma opção.

Resposta de Ismar dos Reis Magalhães, 13/08/2012

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A ESTRADA

            Sim, todos nós estamos trilhando uma estrada. A de alguns é sempre a mesma  — reta — , a de outros pode ser uma curva  ou se cruza com uma outra, e resolve caminhar por essa. Alguém daquela agora quer trilhar esta, que anteriormente fora preterida. 

            Existem infinitas estradas, cada pessoa pode seguir uma, ou vários seguirem a mesma, isso   depende de vários fatores, os quais se fossem listados iriam a infinitude.

            Perambula por uma, mas estará ela contente com seu peregrino? É, mas toda estrada leva a algum lugar, será que quer ir para onde ela o leva? Será que gostava de onde estava até que resolveu caminhar por sua atual estrada? Continuará sempre trilhando-a ou substitui-la-á por outra?

            Quer queira, quer não,  terá de escolher uma, mesmo que não tenha início e nem fim, mas só meio (um conveniente para esse tipo: ficará estagnado), o que não deixará de ser uma estrada!!! 

            E todos precisamos de uma, mesma que seja a que leva ao fim do caminhar.            1983

domingo, 5 de agosto de 2012

ALHEIO


            Realmente tenho de concordar com um antigo  provérbio que apresenta  a idéia de que “o homem é lobo do homem”, e tanto é que poderia exemplificar com vários casos que se passam na atualidade; mas  para facilitar é só abrir um jornal do dia, e não precisa ser um sensacionalista.
      
     Tudo isso continuará por toda a eternidade — se é que essa tem um todo? — , caso ele não se conscientize de que o seu semelhante é uma parte de seu próprio mundo,  e, até mesmo, uma extensão de si.
      
     
 O homem geralmente não entende ou simula não entender certos fatos que o circundam, quer seja por comodidade, quer seja por coação (afinal, é bombardeado de todas as maneiras e de todos os lados que não consegue ver a si mesmo).
        
  E a situação agrava-se cada vez mais, até que chegará ao clímax caótico, e o homem ou explodirá ou não terá sequer a mínima chance de tentar reverter o processo auto-aguilhotinante.  18/02/82