domingo, 29 de julho de 2012

VERGONHA DE PERTENCER A UMA CLASSE


            Quantas vezes sentimo-nos envergonhados de pertencer a um determinado grupo.
            Se formos por demais materialistas, por certo sentimo-nos envergonhados de ser parte do proletariado.
            Se formos de uma raça ou qualquer outra minoria podemos nos sentir intricados com o nosso pertencimento forçado, se vivermos numa comunidade hostil — preconceituosa.
            Em muitas circunstâncias poderemos defrontar com problemas de tais naturezas ou de uma outra qualquer que a valham.
            Mas dentre todas as que poderíamos citar, obviamente, pertencer a uma classe sem honra é a mais indignificante, visto que todo ser de valor anseia por dignidade, parece próprio — sinônimo — de ser humano.                 1983   

domingo, 15 de julho de 2012

CONVIVÊNCIAS


            Após uma pequena convivência prazerosa, sob quase todos os aspectos, encontro-me numa situação antagônica.

            Tínhamos longos diálogos que nem sempre chegávamos ao ponto desejado, às vezes, dotados de ocultice, mas eram agradáveis; os longos olhares — olhos dentro dos olhos — e, por fim, nossos sorrisos, muitos momentos de pureza, geralmente da parte alheia, a compreensão (que se não era total), pelo menos, tentada.

            Agora, sinto-me um tanto acuado por motivos diversos e alheios a mim, estou numa comunidade grande, por sinal, mas estou desolado, não ouço e nem pronuncio sequer algumas poucas palavras amigas, pois o passar tão rápido do tempo não nos permite, ou é o intrínseco de nós mesmos que não facilita. 

            Aqui, talvez mais do que em outra coletividade, uns não veem no seu par um irmão, mas realmente um antagonista, ainda mais se os seus objetivos são paralelos, quando não até mesmo idênticos. 

            Várias boas emoções que desfrutava, no momento me são vedadas, ao certo desconheço se devido às circunstâncias ou às pessoas com quem convivo; provavelmente ambas são cabíveis.          1982  


sábado, 7 de julho de 2012

UMA IMAGEM

       Parece-me que não adianta muito qual posição, moda, lei, paradigma ou qualquer outro assunto que defendamos que sempre haverá um alguém para atacar a escolha feita.

       Há os que defendem as tradições, nada pode ser feito de modo diverso por ir de encontro a elas — aos bons costumes — já que é quase certo que se os ferirá, que se corromperá a sociedade.

      Em alguns casos há minha concordância, veja o caso da prática sexual precoce; há as meninas-moças que desconhecem os cuidados de uma casa, de um bebê, e engravidam, e idem aos meninos-rapazes, a diferença é que esses é que engravidam aquelas e, muitas vezes, eximem-se dos fatos que acompanham o ato. O que se pode esperar dessa família de ineptos, que nem sabem se cuidar, quanto mais de outrem.

     Isso, desconsiderando outros aspectos atinentes, porém, de extrema importância, como bons princípios de comportamento e convivência social equilibrada — o caminho das virtudes e desenvolvimento humano que visam ao da espécie.
    
     A tradição brasileira foi quebrada, o que não está sendo benéfico. É uma outra forma de ver e agir, ou melhor, é uma maneira inconsequente de agir sem ver, é uma alteração fomentada pela nossa sociedade de consumo. Com isso, pode-se elevar a população jovem, o desemprego e a marginalidade.
           
     Já numa população escassa de jovens, como a européia — em destaque a italiana — esse mesmo comportamento inverteria a tendência de envelhecimento social. O que poderia ser bem-vindo àquela sociedade.

     Por cultura, gosta-se de chavões, de uma forma geral eu não gosto deles, como: a voz do povo é a voz de Deus — para quem é teísta. Se isso fosse verdadeiro, Deus seria um poço de vícios e carente de boas características, quase uma nulidade em bons predicados. Isso conforme a idéia que tenho d’Ele.

     Outro: "Leis e paradigmas foram feitos para ser quebrados". Outra tolice, ou meia tolice, pois se a lei e/ou o paradigma são funcionais porque quebrá-los, pelo contrário, deve-se segui-los. Entretanto, se forem ruins, devem ser substituídos.

     Vê-se que não há formula pronta — como para tudo, ou quase.  As maneiras de ver e de agir diferentes podem ser a solução, como em outro caso pode ser a criação de um problema, e até um problema irresolúvel.  110509