domingo, 16 de dezembro de 2012

ONDE ESTÁ O CONHECIMENTO?


 Michelangelo perguntado como conseguiu esculpir a Pietá respondeu que não a tinha feito, ela já estava no bloco de pedra, ele apenas havia retirado o excesso para que ela aparecesse.

Concordamos que algumas vezes isso pode ser verdadeiro, por exemplo, quando não precisamos que alguém nos ensine o que é  excesso, onde ele está ,e como retirá-lo. O que nem sempre acontece, pelo contrário, a obtenção e a evolução do conhecimento requerem uma interdependência de inúmeros componentes, muitos dos quais nem imaginamos.

Bem como pensamos que tudo que não foi criado pela natureza, já que alguma parte do que existe no mundo foi criada pelo homem e outros seres ou eventos, e ainda assim esses foram criados também por ela, mas a verdade é que podemos aprender com todos eles. E ele está em tudo o que existe, como também em alguns fatos ou objetos que se perderam pelo tempo.

Não podemos asseverar que todo o conhecimento esteja nos livros, ou alguma outra mídia, devido à perda mencionada, à transformação, ou à não inserção numa mídia, fins permanência, divulgação daquele. E quanto mais  o contatarmos mais chances teremos de adquiri parte dele.
É possível acessar o conhecimento  com a finalidade de aumentar o nosso cabedal de forma diversa da academia, visto que parte dele não está com a elite, ou alguma  outra forma estruturalizada. 

 É lícito pensarmos que o conhecimento que satisfaz — não aquele que é satisfatório, esse inexiste — está no nosso íntimo, isto é, aquele com que nos defrontamos, quer pela prática demonstrada, quer pela teoria transmitida, no qual podemos refletir, absorvê-lo e/ou transformá-lo em algo melhor para nós, ou para outrem, não importa.

Mas se há  um fato intrigante é que quanto mais sabemos, mais necessidade temos de fazê-lo. Então, talvez não haja alguém que possua o conhecimento, visto a sua segmentação — falamos tanto em partes do conhecimento —, a sua infinitude, porque ele está em qualquer lugar,  em qualquer ser vivo, ou não, em qualquer tempo.

Imaginarmos os lugares onde ele possa estar, se é que ele está em algum, é fácil, mas certamente a tarefa mais inatingível seja a sua obtenção.   14/10/2009


sábado, 17 de novembro de 2012

UNS NUNCA TRABALHAM, OUTROS COMEÇAM MUITO CEDO


Uma mulher e seu namorado andaram por um bairro de classe alta mesclado com área comercial quando viram uma criança, de boa aparência, e relativamente bem vestida para quem, digamos, cuidava de carros.
Eles comentaram que o fenótipo não era compatível com quem, geralmente, vemos – para usar um eufemismo – cuidar de carros, porque, na verdade, é uma extorsão sob os olhos coniventes das autoridades de esferas diversas, bem como do próprio cidadão. Isso quando eles – os cuidadores – não estão numa rua tarifada.
Mas, voltemos ao garoto de boa aparência cuidador de carros.
Cerca de uma semana depois o namorado houve por retornar ao bairro, de novo, estava o garoto lá, e pediu para vigiar o carro, disse-lhe que não poderia pagá-lo — o que era uma sutil  maneira de discordar do surrupio do seu dinheiro.
            Ao retornar viu uma mulher, por volta do meio da década de 20, ou seja, jovem, com um carrinho de bebê, porém o seu já não era tão bebê,  devia ter mais de 02 anos, e um outro maior, de 05 ou 06 anos. Perguntou e respondeu, no campo das hipóteses, a si mesmo que seriam a mãe e parte da família do pequeno vigilante de automóveis.
Ao reencontrá-lo, pergunta-lhe se estava sozinho ali, ao que ele respondeu que a sua mãe estava na esquina — o que confirmava a suposição —, dentre outras respostas deu que as outras crianças eram seus irmãos,  moravam no bairro Parolim, frequentemente cuidava de carros ali,  linha 09 anos, não sabia ler (havia entrado em 2009 na escola), e  seu nome era Stefanie.




O namorado observou que ela era um tanto branca, tinha olhos claros (complementando as características iniciais), bem como era um pouco pequena para a sua idade, tinha os dentes anteriores um pouco deteriorados, e tinha resquícios de sujeiras na região nasal, como quem estivesse gripada.
            Dizem que o trabalho tem a função de enobrecer o homem, e se é que tem ou deveria tê-la, então que se fizesse a coisa  certa.                                                                                                 220609  

 Leia: http://ismardosreismagalhaes.blogspot.com. br/2011/03/prefeitura-de-curitiba-o-avanco-do.htm

domingo, 28 de outubro de 2012

POLÍTICOS DO BEM (EM TEMPO DE E PÓS MENSALÃO)


            A cassação eterna dos direitos políticos acrescida do enquadramento no Código Penal Brasileiro de todo político ou gestor público contraventor acionada por um dispositivo da falta de ética — se o brasileiro não se faz ético por sua natureza, que o façamos à força, ou melhor, à base da lei.
            Com base em denúncias do cidadão e da mídia, os órgãos não governamentais, como a Transparência Brasil, o Instituto Ethos e congêneres, fariam uma investigação inicial e passariam ao Ministério Público, sendo que esse, se célere, poderia prescindir dos órgãos intermediários. Se houver denodo dos componentes dos sistemas atinentes à justiça e à ética, poder-se-iam prescindir daqueles.
            Seria interessante o incentivo à politização e à cidadania de todo brasileiro pelas escolas, entidades de classe e de bairros, com vistas ao melhoramento da participação dele. Estimulando-a a substituir os cassados.
            Implantar um sistema constante com todas as informações dos atuais e dos aspirantes à política, de maneira que o eleitor só votaria após consulta ao sistema. Poder-se-ia chamar SISÉTICA (Sistema da Ética).
            Decerto que a corrupção não seria extinta — dado que ela é inerente à índole humana, infelizmente —, mas diminuiria muito, bem como as duas sistemáticas fomentariam uma nova safra de homens públicos.
            Não podemos justificar nossos atraso generalizado e leniência porque somos uma nação nova, por isso não: há nações tão novas quanto a nossa em melhores condições — e não se refere apenas ao aspecto econômico, vai além disso —, como existem nações bem mais antigas, quiçá antiquíssimas, que apresesentam um quadro não tão privilegiado (também em aspectos gerais) quanto a nação brasileira .  160609

domingo, 21 de outubro de 2012

O ÔNUS DA VERACIDADE DO VERBO


            Quem não professa o saber cantar não tem o dever de demonstrar que o sabe, porém, se o professar...
            Aquele que difunde ser incorruptível - embora bem poucos de verdade o sejam - ou que se opõe aos que são adeptos da corruptela carrega o ônus da prova de que o é.
            E não é diferente com quem divulga seguir os ditames de um deus – independe de seu nome, visto não se conhecer um que o mal incentiva -, aquele tem o dever de ser um homem mais virtuoso do que o que nada diz sobre menciona qualquer deidade.
            E no que tange à liberdade de expressão, o mundo nunca esteve tão ao alto, entretanto, aquele que puder fruir do tão almejado direito deve pautar a sua conduta no mesmo nível de sua verbalização. Caso não, prejudica-se a si e aos outros que intencionam que as duas faces olhem-se sem ter que uma mirar o chão.                                        20/09/2010.

sábado, 13 de outubro de 2012

A MÍDIA E A VERDADE

Diga-me com quem você anda e direi quem você é.
Diga-me o que você lê e direi parte do que você pensa.
Diga-me o que você pensa e direi qual é o seu caráter.
Mas se você me disser com quem anda, o que lê e o que pensa, eu serei capaz de desvendar todo o seu ser.
Essas assertivas embasam-nos que devemos ter consciência de qualquer ato acerca de nossa vida.
Mesmo que os meios de comunicação divulguem todo tipo de informação  temos a decisão de selecionar o que nos convém, sobre os mais variados aspectos, por exemplo, isso me diverte, isso ajuda no meu crescimento ou de outrem, é benéfico, é lícito, e tantos outros questionamentos  que podemos efetuar, não só do que acessamos na mídia, como em qualquer atitude que tomemos.
Estou convicto de que a mídia deve ter a liberdade de veicular toda informação possível, e deve fazê-lo. Entretanto, quanto à formação de opinião, penso que se deve desestimular a prática de qualquer ato que vilipendie os nossos caráter e sociedade. Bem como se deve  divulgar e estimular a prática do que vise à elevação dos valores do cidadão, da comunidade, da aculturação e da nação como um todo.              11/04/2009

( Leia: http://ismardosreismagalhaes.blogspot.com.br/2011/12/televisao.html)

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

TUDO AOS SEUS LUGAR E HORA


            Eu penso que não tenho restrição para receber e dar carinho, logo não tenho patologia alguma, no que se refere a relacionamentos.

            Mas duas características, após a escolha da origem e/ou do destino, do carinho são condições sine qua non: a hora e o lugar.

            Após tantas indelicadezas de um marido para com a sua esposa – num ônibus interurbano – ela, segurando o bebê deles, resolve numa atitude de retorno à paz sentar-se no colo do genitor do bebê?

            Também num ônibus, só que urbano, percebo um jovem casal de namorados em cenas um tanto quanto dessemelhantes às temperaturas glaciais, que só faltava ele apalpar-lhe as glândulas mamárias. 

            A falta de percepção para com os circunstantes parece-me, também uma carência afetiva para com esses, bem como retratar a ausência de dois outros tipos de sentimentos — o amor próprio e para com a pessoa em questão — ao não se evitar tornar público o que deveria ser privado.

            Enfim, para tudo deve-se haver hora e lugar, se não os dois — para livrar-se de extrema rigidez —, pelo menos, o segundo.                                                                            18/05/09   

domingo, 2 de setembro de 2012

CONFABULAÇÕES PÓSTUMAS


     Eu tenho meu cabelo cortado por uma mesma pessoa há quatro meses.
   Quando chego lá e há freguês na cadeira aguardo, e leio qualquer escritura, que sempre levo por prevenção; haja vista que as suas são tablóides com notícias de morte, ou de futebol, ou revistas antigas de celebridades, as quais me suscitam  ojeriza . 

     Pois bem, suponho que a sua habilidade de discurso embasa-se nessas bibliografias. É uma pessoa gentil, e por retribuição ouço muito os seus comentários, às vezes, entremeados por amenidades familiares e sociais nativas — de Curitiba. 

     Pouco falo, quando discordo, calo-me para não elevar os ânimos do quase monólogo.
    No primeiro corte que recebi em julho de 2009, o tema era o astro pop americano, Michael Jackson, a sua morte. 

    Dizia que era absurdo que se cobrasse ingresso dos fãs que queriam prestar a sua última homenagem, no caso, póstuma.
    O que teria sido feito do féretro? E qual motivo? Diziam-se que ele podia não ter morrido ou que fariam a necropsia a posteriori, e que aquilo era apenas o lado mercantil da não maior morte, já que ela não tem tamanho, mas, sim a maior repercussão na pauta artística dos últimos tempos. 

   Não que eu desgoste dele,  somos contemporâneos — éramos —, quase da mesma idade; embora não seja tiete, gosto de suas produções. Vi a sua vida na mídia por quase três décadas. 

   Reflexionava esporadicamente sobre a origem de tantos celeumas e misérias humanos, no que se referem ao seu âmago e comportamento social.
    Disse-lhe que era favorável à cobrança de ingresso ao seu velório, que iria quem quisesse e se o pudesse. 

     Mas aqui, há algumas inquirições:
     1) Quem quisesse ir e o pudesse, poderia ir. Ponto; 2) Quem pudesse e não o quisesse, não iria. Ponto; 3) Quem não quisesse e não o pudesse, não iria. Ponto; 4) Quem quisesse e não pudesse, não iria. Interrogação, e agora? 

     Eis uma questão sentimental dos fãs. Os não-sensíveis e/ou mercantilistas diriam: e daí? Mas também não seria possível admitir no Ginásio Staples Center, em Los Angeles, todos quantos o quisessem. De qualquer forma teria que se fazer uma seleção, a qual poderia ser por n métodos, sorteio ao vivo, seleção dos primeiros tantos a chegar em determinado local ou a acessar um designado site e obter uma senha, a qual seria mais seguro. Mas desconheço o processo de escolha. 

   Se, realmente, cobram ou não eu ignoro; entretanto, se cobram, eles encontraram uma maneira de selecionar os homenageandos. 

    
     Consta-me que ele não tenha feito shows gratuitos, salvo algumas campanhas fraternas em conjunto com outros renomados — USA for Africa (United Support of Artists for Africa) quando gravou com outros 46 artistas a famoso "We are the world" , em 1985. Mas o último show não se conviria que gratuito fosse, concorda? 
  
    Espero que comungue com a minha opinião, visto que a minha cabeleireira não consegui convencer.
   Lembre-se: Show business is always business! E se ele  pudesse ou puder saber o quanto ganharão depois de e com a sua morte, arrepender-se-ia ou arrepender-se-á de a ter  ocasionado.

    Onde quer que esteja, Michael Jackson, cante, dance, alegre a muitos, como poucos o sabem ou o souberam fazer.
     Só não se esqueça de se alegrar também. Urge-se!                                               10/07/09   
           

domingo, 26 de agosto de 2012

QUÃO MARAVILHOSO

            … é revolver-me com as suas lembranças físicas;
            ... é imaginar que a quietude poderia presenciar-me o físico e a mente sob o aconchego e o calor de uns locais amados e desejados;
            ... desesperador e animalesco é saber que os meus instintos superam o meu lado racional.
            ... e prazeroso é imaginar um sorvete liquifazendo-se nos seus quentes lábios;
            ... e instigante é sentir o tracionar lingual do verbalizador;
            ... e selvagem é ficar com as costas cravadas pelas garras da pantera descarnada, mas forte e quase...
            ... e emocionante é ouvir os seus  uivos;
            ... e  fenomenal é ver os seus tremores;
            ... e sensível é ver o escorrer de suas satisfeitas lagrimas;
            ...e deslumbrante é ver o violão e imaginar a melodia  da sua  caixa de ressonânci;.
            ... e gostoso é saborear o alimento e notar as sementinhas pilosas;
            ... e indescritível é ver os frutinhos crescerem pouco a pouco;
            ... é ver e sentir  as florezinhas molhadas pelo orvalho;
            ... é ver a natureza, a cada dia, querer mais a sua própria  realização.                         01/04/93

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O BRASIL NÃO É MAIOR QUE O REINO UNIDO! ( com comentário e resposta)

 Recentemente a mídia brasileira anunciou em boas tonalidade e legibilidade que o Brasil é a quinta economia mundial, ocasião em que havia ultrapassado a do Reino Unido. Entretanto, penso que a colocação no cenário econômico é apenas um dado a se considerar – o que é tendencioso – têm que se analisar os países em aspectos mais amplos. Veja bem, o Brasil tem 38 vezes o território e mais de 3 vezes a população do dito ultrapassado; detém o 84º IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), enquanto o outro, o 26º; bem como — ou seja, mal que — o brasileiro tem uma expectativa de vida de menos 7 anos que o do comparado. Quantas universidades brasileiras foram classificadas dentre as 200 melhores do mundo em 2011, segundo o THE (Times Higher Education)? Uma. Quantas do Reino Unido? Trinta e duas. Quem vive melhor não é aquele que trabalha mais, ou produz mais, e sim, aquele que gasta melhor consigo, neste caso, com o seu povo. O Brasil não sabe e nem se preocupa em gastar racionalmente, ou melhor, não há redistribuição de renda, nem oferta de bons serviços públicos para o seu povo. Para mim, não importa se o meu país é a primeira ou a última economia mundial— isso é orgulho de tolo — quero, sim, qualidade de vida para todos meus conterrâneos, com tudo que isso possa abarcar: politização (não apenas participação em um ou outro partido político), consciência de direitos e deveres, cultura e escolarização, saúde, patriotismo consciente, lisura nos meios públicos e privados (incorruptibilidade), haja vista que essas características trazem muitas outras também fundamentais ao ser humano. Esse sim, seria um povo que saberia viver verdadeiramente; subsistir é para as pedras. Quero que o meu povo tenha o primeiro IDH, significativa participação no mundo acadêmico e científico, renda anual individual de U$ 60.000, e não renda per capta — essa é uma grande ilusão. Prefiro a qualidade de vida daquele povo à da quinta economia mundial. E você, brasileiro?  
                                                                                                                     06/01/12
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Muito pertinente o assunto. Infelizmente o povo brasileiro gosta de ser enganado e se contenta em ser o país do futebol (nem isto somos mais); em ter o maior "espetáculo da Terra", o carnaval. Maior pra quem? Só se for pra quem gosta. Toda a população mundial gosta? Muitos BRASILEIROS, e me incluo neste grupo já não suportam mais este feriado de desgraças: milhares de mortos nas estradas, jovens engravidando a esmo (o importante é "beijar na boca"), DST's sendo disseminadas, drogas...drogas? Sem comentários. Músicas, cujas letras são de uma pobreza à altura da grande massa populacional deste país, pobreza esta a que me refiro educacional. Então, como podemos classificar como maior espetáculo da Terra? Espetáculo pra quem? BBB...ah, BBB. Como pode um programa de TV assim ter tanta audiência? Na realidade, o que escrevi antes explica isto. É, está explicado. Quando me perguntam se assisto a este programa, respondo: "poxa, eu tenho em meu currículo o primeiro grau completo, sei ler e escrever e por isto acho que tenho condições suficientes para assistir e entender algo mais". Pedro Bial, quanta decepção! Um correspondente internacional com uma história jornalística invejável sujeitar-se a isto? O que esperar do restante da população quem mal sabe em quem votou? Tudo isto que citei é porque, se nossos governantes não tomam medidas necessárias para mudar este quadro nebuloso em que nosso país viveu, vive e viverá, culpa disto é de nós mesmos, o povo brasileiro. Afinal, de onde saem nossos lideres? E por tudo isto, acredito, infelizmente, que nem meus netos vislumbrarão o Brasil como quinta maior nação do mundo aos olhos de Ismar dos Reis Magalhães, visão que eu, em minha modesta opinião, compartilho neste comentário.

Comentário de André Luis, 02/03/2012
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Réplica

Se o Imperador Vespasiano disse “ dê pão e circo ao povo” ele deve ter sido inteligente, embora  muitos discordem disso; porém, se não consideramos que povo seja 100% da totalidade dos seres humanos num considerado grupo, mas a grande maioria, eu concordo plenamente com o imperador romano.

Para atestar basta observar a mídia e o povo — não a totalidade, pois sou parte dele e considero que penso um pouco diferente do trivial.

Beijar na boca pode não ser o mais importante, entretanto, também tem a sua importância no contexto geral humano. Assim, como as drogas sempre tiveram o seu papel na história da humanidade; todavia, quem conhece os seus efeitos e sabem aonde quer chegar tem condições de optar pelo uso ou pela abstinência.

Quer seja o sexo precoce, os mais diversos vícios e falta de bons hábitos e virtudes nossas são o retrato de nossa cultura, não conseguimos viver por muito tempo algo que não somos. Todas essas mazelas são o nosso retrato; o dia que melhorarmos como indivíduo e todos os indivíduos do grupo também seremos outro povo — com o mesmo nome, brasileiro —, porque teremos outra cultura, caso não, o quadro vigente será o futuro.

Do trânsito — 42 mil mortes, fora as lesões temporárias e definitivas, no ano de 2011 —, e o governo popular democrata brasileiro sequer vislumbra um lenitivo para esse mal. Mais uma vez: o povo não sabe ou não quer exigir que se faça algo. Só reclamamos quando o mal nos atinge no cerne.

Não se zangue com o BBB, são só pessoas inteligentes que sabem ganhar dinheiro com o que o povo gosta e quer. Os canais de documentários e programas informativos, a maioria, não tem um centésimo da audiência dele. O brasileiro é o segundo maior frequentador do Facebook, em escala global. Haja perda de tempo.

O nível cultural, o caráter, a utilidade, a espiritualidade, o nível de humanismo e tantas quantas outras boas características não têm relação com os anos que se passou sentado nos bancos escolares. Caso assim fosse não teríamos tanta desfaçatez nos altos escalões do governo, empresas públicas e privadas.

Mais uma vez, a culpa do povo é só parcial, já que ele não saber optar pelo que lhe é benéfico ou não. Mas sim, os líderes ( políticos de todas as esferas e escalões, professores, formadores de opinião em geral, e tantos outros que são chefes de qualquer grupo, por menor que seja ele)  são os grandes responsáveis —  visto que são esses que fazem as escolhas em nome do povo.

E só voltar ao ponto que se fala de mudança cultural e teremos a resposta para esse quesito. Neste mundo em que se considera o dinheiro o maior  valor — somos induzidos a acreditar nisso — e nos matarmos para consegui-lo, sóbrio é quem consegue lembrar que pode existir uma opção.

Resposta de Ismar dos Reis Magalhães, 13/08/2012

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A ESTRADA

            Sim, todos nós estamos trilhando uma estrada. A de alguns é sempre a mesma  — reta — , a de outros pode ser uma curva  ou se cruza com uma outra, e resolve caminhar por essa. Alguém daquela agora quer trilhar esta, que anteriormente fora preterida. 

            Existem infinitas estradas, cada pessoa pode seguir uma, ou vários seguirem a mesma, isso   depende de vários fatores, os quais se fossem listados iriam a infinitude.

            Perambula por uma, mas estará ela contente com seu peregrino? É, mas toda estrada leva a algum lugar, será que quer ir para onde ela o leva? Será que gostava de onde estava até que resolveu caminhar por sua atual estrada? Continuará sempre trilhando-a ou substitui-la-á por outra?

            Quer queira, quer não,  terá de escolher uma, mesmo que não tenha início e nem fim, mas só meio (um conveniente para esse tipo: ficará estagnado), o que não deixará de ser uma estrada!!! 

            E todos precisamos de uma, mesma que seja a que leva ao fim do caminhar.            1983

domingo, 5 de agosto de 2012

ALHEIO


            Realmente tenho de concordar com um antigo  provérbio que apresenta  a idéia de que “o homem é lobo do homem”, e tanto é que poderia exemplificar com vários casos que se passam na atualidade; mas  para facilitar é só abrir um jornal do dia, e não precisa ser um sensacionalista.
      
     Tudo isso continuará por toda a eternidade — se é que essa tem um todo? — , caso ele não se conscientize de que o seu semelhante é uma parte de seu próprio mundo,  e, até mesmo, uma extensão de si.
      
     
 O homem geralmente não entende ou simula não entender certos fatos que o circundam, quer seja por comodidade, quer seja por coação (afinal, é bombardeado de todas as maneiras e de todos os lados que não consegue ver a si mesmo).
        
  E a situação agrava-se cada vez mais, até que chegará ao clímax caótico, e o homem ou explodirá ou não terá sequer a mínima chance de tentar reverter o processo auto-aguilhotinante.  18/02/82   

domingo, 29 de julho de 2012

VERGONHA DE PERTENCER A UMA CLASSE


            Quantas vezes sentimo-nos envergonhados de pertencer a um determinado grupo.
            Se formos por demais materialistas, por certo sentimo-nos envergonhados de ser parte do proletariado.
            Se formos de uma raça ou qualquer outra minoria podemos nos sentir intricados com o nosso pertencimento forçado, se vivermos numa comunidade hostil — preconceituosa.
            Em muitas circunstâncias poderemos defrontar com problemas de tais naturezas ou de uma outra qualquer que a valham.
            Mas dentre todas as que poderíamos citar, obviamente, pertencer a uma classe sem honra é a mais indignificante, visto que todo ser de valor anseia por dignidade, parece próprio — sinônimo — de ser humano.                 1983   

domingo, 15 de julho de 2012

CONVIVÊNCIAS


            Após uma pequena convivência prazerosa, sob quase todos os aspectos, encontro-me numa situação antagônica.

            Tínhamos longos diálogos que nem sempre chegávamos ao ponto desejado, às vezes, dotados de ocultice, mas eram agradáveis; os longos olhares — olhos dentro dos olhos — e, por fim, nossos sorrisos, muitos momentos de pureza, geralmente da parte alheia, a compreensão (que se não era total), pelo menos, tentada.

            Agora, sinto-me um tanto acuado por motivos diversos e alheios a mim, estou numa comunidade grande, por sinal, mas estou desolado, não ouço e nem pronuncio sequer algumas poucas palavras amigas, pois o passar tão rápido do tempo não nos permite, ou é o intrínseco de nós mesmos que não facilita. 

            Aqui, talvez mais do que em outra coletividade, uns não veem no seu par um irmão, mas realmente um antagonista, ainda mais se os seus objetivos são paralelos, quando não até mesmo idênticos. 

            Várias boas emoções que desfrutava, no momento me são vedadas, ao certo desconheço se devido às circunstâncias ou às pessoas com quem convivo; provavelmente ambas são cabíveis.          1982  


sábado, 7 de julho de 2012

UMA IMAGEM

       Parece-me que não adianta muito qual posição, moda, lei, paradigma ou qualquer outro assunto que defendamos que sempre haverá um alguém para atacar a escolha feita.

       Há os que defendem as tradições, nada pode ser feito de modo diverso por ir de encontro a elas — aos bons costumes — já que é quase certo que se os ferirá, que se corromperá a sociedade.

      Em alguns casos há minha concordância, veja o caso da prática sexual precoce; há as meninas-moças que desconhecem os cuidados de uma casa, de um bebê, e engravidam, e idem aos meninos-rapazes, a diferença é que esses é que engravidam aquelas e, muitas vezes, eximem-se dos fatos que acompanham o ato. O que se pode esperar dessa família de ineptos, que nem sabem se cuidar, quanto mais de outrem.

     Isso, desconsiderando outros aspectos atinentes, porém, de extrema importância, como bons princípios de comportamento e convivência social equilibrada — o caminho das virtudes e desenvolvimento humano que visam ao da espécie.
    
     A tradição brasileira foi quebrada, o que não está sendo benéfico. É uma outra forma de ver e agir, ou melhor, é uma maneira inconsequente de agir sem ver, é uma alteração fomentada pela nossa sociedade de consumo. Com isso, pode-se elevar a população jovem, o desemprego e a marginalidade.
           
     Já numa população escassa de jovens, como a européia — em destaque a italiana — esse mesmo comportamento inverteria a tendência de envelhecimento social. O que poderia ser bem-vindo àquela sociedade.

     Por cultura, gosta-se de chavões, de uma forma geral eu não gosto deles, como: a voz do povo é a voz de Deus — para quem é teísta. Se isso fosse verdadeiro, Deus seria um poço de vícios e carente de boas características, quase uma nulidade em bons predicados. Isso conforme a idéia que tenho d’Ele.

     Outro: "Leis e paradigmas foram feitos para ser quebrados". Outra tolice, ou meia tolice, pois se a lei e/ou o paradigma são funcionais porque quebrá-los, pelo contrário, deve-se segui-los. Entretanto, se forem ruins, devem ser substituídos.

     Vê-se que não há formula pronta — como para tudo, ou quase.  As maneiras de ver e de agir diferentes podem ser a solução, como em outro caso pode ser a criação de um problema, e até um problema irresolúvel.  110509



quarta-feira, 20 de junho de 2012

CONFUSÃO DO HOMEM



            Amemo-nos e o mundo será melhor em todos os aspectos.
            Por que a soberba se todos nós temos o mesmo destino?
            O amor é imprescindível em qualquer ato.
            Apesar da crueldade do mundo tente ser justo e ele tenderá ser menos desumano.
            Cada missão tem a sua hora de execução, portanto não precipite os acontecimentos.
            Toda palavra que possa pronunciar já o foi em algum lugar, num momento qualquer, por alguém.
            Se o homem apenas pensa que está vivo porque tem sentimento e respira, por certo não compreende o que o cerca ou porque está no mundo.         230383

domingo, 3 de junho de 2012

LINHA DE ADVERTÊNCIA


            Num estilo despercebido caminho bem em cima de uma linha amarela, que divide a zona de permissão, do quase livre-caminhar, já que possui algumas instruções: é um espaço para pedestres e tem que se tirar o chapéu, ou qualquer outra coisa que passa escapar e ser levada pelo vento natural ou não. O outro lado não facilita a locomoção de humanos, salvo se eles estiverem conectados à natureza de sua atividade e de locomotores acima do solo. 

            Se me movimento na direção leste-oeste a minha direita é a parte dos que se movimentam de forma primitiva; simboliza os que defendem o status quo, logo os contra a equidade dos seres viventes. É o lado dos não-vermelhos. Poderia atribuí-lo aos que representam – defendem — o capitalismo, o livre mercado. Onde se encontra a maior parte dos países, por extensão, dos 7 bilhões de terráqueos, os quais não sou capaz de quantificá-los, sequer por aproximação. 

            A minha esquerda é a parte dos que se movimentam de forma high-tech; simboliza os opositores do sistema atual, portanto os favoráveis à igualdade universal. É a área vermelha – ou dos  vermelhos. Poderia ser designada como a dos inimigos do capitalismo, ou um dos ismos diversos que identificam a inclusão, pelo menos em tese. Nessa divisão estão poucos países, cujos nomes a minha inépcia não permite citar – a menos que eu consulte o Google – mas é uma empresa privada, capitalista, então... 

            Porém, se eu usar os meus membros inferiores na direção oeste-leste muda tudo. Tenho que trocar todas as possibilidades, coisas e características de uma parte para outra. O que era deixa de ser, o que não era, agora passa a ser.

            Agora eu starto — é como dizem alguns não-vermelhos, o que signifca começo — a entender o caos em que vivemos. Se as coisas são favoráveis, eu caminho na sua direção, defendo-as; senão, caminho na outra, ataco-as. 

            É... o mundo do homem é mesmo confuso!!!
            Uma outra coisa inquieta-me mais ainda, se eu penso que pensei tantas coisas estando absorto, o que aconteceria se eu estivesse consciente? Ou será que só as consegui, justamente, por estar em devaneio?
            Enfim, não sei de que lado devo me posicionar. Devo!? ou posso!?                      21/05/09
          

segunda-feira, 30 de abril de 2012

PRETO E BRANCO OU EM CORES?


            Na maioria das situações o que é colorido é mais bonito; por isso, prefiro-o.

           Entretanto, se for para fotografar locais históricos ou pessoas escolho o preto e branco. Ao passo que para as paisagens o colorido acerta-lhes.

           Abomino espírito preto e branco, eles levam-me ao estado macambúzio; no entanto, as noites para dormir — essas são as escolhidas —, se for para diversão, quero-as as mais coloridas impossíveis.

             Dizem que o escuro — o total — é a falta de luz; vê-se que eles – preto e branco e colorido são independentes. Se da minha autoridade dependesse, eu jamais eliminaria um e outro, ou um ou outro. Gosto de ambos.

             As coisas são belas quando são vivazes em suas cores, mesmo que restritas às mais claras e/ou às mais escuras delas. 30/04/2012

domingo, 8 de abril de 2012

EU, SEUS OLHOS, LÁBIOS E CORAÇÃO

Os seus olhos são os meus livros prediletos
Nada pode haver de mais belo e instrutivo
Em nenhum outro poderei ler algo mais interessante
É lá que estão todo o amor e sabedoria de que preciso


Não pode haver flores mais belas do que seus lábios, nem outro tão gostoso néctar que de outros lábios escorra
Não, não há mais belas e evanecedoras flores, nem neste ou qualquer outro planeta
Bebendo dele poderei dispensar até o mais indispensável dos outros líquidos, ele me sacia completamente

É mais  que tudo de que  poderia precisar para sarar-me todas as chagas da longa existência e o elixir para o porvir 
O seu coração é o sangue de que o meu precisa para bater
Nada, nenhum outro, poderá fazer o meu tão ardente
Com os seus olhos, lábios e coração, de que mais preciso para viver intensamente?
Só a sua recíproca completaria o meu maior fazer e o meu ser                  01/04/2012

terça-feira, 27 de março de 2012

Cada povo tem o que merece

Diz-se que todas as regras têm exceções; inclusive essa, visto que a regra de acentuação das palavras proparoxítonas excetua-se ao ditame. Parafraseando a assertiva, quero ater-me a esta: toda – talvez, nem toda – generalização incorre em erros ou injustiças. Para ilustrá-la: “cada povo tem isso ou aquilo que merece”. Não importa o que seja, sempre há um completador de plantão ávido por fazê-lo. Penso que é uma frase um tanto tola, de quem não tem a criatividade suficiente para substituí-la por uma de própria construção, por isso, critico-a. Se todos recebessem somente o merecido, Cristo não teria sido crucificado, seres humanos não nasceriam defeituosos, nem morreriam de fome – ser nenhum merece morrer de fome ou por qualquer outra carência material -, homens honestos não seriam ludibriados, ou assassinados, nem mulheres estupradas – nenhuma o merece; bem como todos os larápios (independente de sua formação sociointelectual) seriam conduzidos ao rigor das punições legais. Portanto, esse provérbio popular é uma toleimice. O povo brasileiro não tem os políticos que merece – pois ele não os merece, mas os quer. O povo brasileiro não tem o nível de educação social que merece, porém tem a que construiu ao longo dos seus cinco séculos e poucos anos. Bem como não tem a cultura erudita ou popular que merece, contudo, a que construiu e está a construir. Visto que, se o dizer estiver correto, poder-se-ia afirmar que os povos desenvolvidos mereceram uma economia abastada, todavia, já não a merecem mais? E na mesma linha de exemplos podem-se acrescentar diversos outros. Donde pode-se ressaltar que nem sempre a sabedoria ou quantas outras virtudes estão na mente do povo – de inicio – e, depois nos lábios dele. Pensamentos rasos originam construções frasais superficiais, e cá estão novamente a educação e a cultura de um povo. Quiçá possamos substituir o substativo por outro: espécie. 25/7/11.

domingo, 15 de janeiro de 2012

O Brasil não é maior que o Reino Unido

Recentemente a mídia brasileira anunciou em boa tonalidade e legibilidade que o Brasil é a quinta economia mundial, ocasião em que havia ultrapassado a do Reino Unido. Entretanto, penso que a colocação no cenário econômico é apenas um dado a se considerar – o que é tendencioso – têm que se analisar os países em aspectos mais amplos. Veja bem, o Brasil tem 38 vezes o território e mais de 3 vezes a população do dito ultrapassado; detém o 84º IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), enquanto o outro, o 26º; bem como — ou seja, mal que — o brasileiro tem uma expectativa de vida de menos 7 anos que o do comparado. Quantas universidades brasileiras foram classificadas dentre as 200 melhores do mundo em 2011, segundo o THE (Times Higher Education)? Uma. Quantas do Reino Unido? Trinta e duas. Quem vive melhor não é aquele que trabalha mais, ou produz mais, e sim, aquele que gasta melhor consigo, neste caso, com o seu povo. O Brasil não sabe e nem se preocupa em gastar racionalmente, ou melhor, não há redistribuição de renda, nem oferta de bons serviços públicos para o seu povo. Para mim, não importa se o meu país é a primeira ou a última economia mundial— isso é orgulho de tolo — quero, sim, qualidade de vida para todos meus conterrâneos, com tudo que isso possa abarcar: politização (não apenas participação em um ou outro partido político), consciência de direitos e deveres, cultura e escolarização, saúde, patriotismo consciente, lisura nos meios públicos e privados (incorruptibilidade), haja vista que essas características trazem muitas outras também fundamentais ao ser humano. Esse sim, seria um povo que saberia viver verdadeiramente; subsistir é para as pedras. Quero que o meu povo tenha o primeiro IDH, significativa participação no mundo acadêmico e científico, renda anual de U$ 60.000 e não renda per capta — essa é uma grande ilusão. Prefiro a qualidade de vida daquele povo à da quinta economia mundial. E você, brasileiro? 06/01/12

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

STEPHEN HAWKING NÃO É ESPARTANO

Soube que os espartanos eliminavam seus bebês fracos, deformados ou enfermos, haja vista que seres em tais condições não poderiam ser úteis àquela sociedade. Ainda bem que nos dias atuais vemos quantidades enormes de pessoas nas condições listadas, e não apenas crianças, mas em diversas faixas etárias. Se definirmos o homem como objeto, instrumento ou utensílio, realmente os espartanos podem ter sido corretos. Entretanto, penso que o ser humano pode estar além daquelas denominações – se bem que alguns estão aquém. Quando já na idade madura, trabalhei numa entidade que era conveniada a outra que tinha foco no cidadão com necessidades especiais. Essa visava a proporcionar uma vida mais digna aos desafortunados por nascença, por moléstias adquiridas ou acidentes. Considerava humanas as atitudes das duas entidades, os trabalhadores eram na sua maioria jovens e – não obstante o problema que os afligisse – eram simpáticos e alegres; conversava com muitos deles. Após alguns anos sofri um acidente em que bati a parte póstero-superior da cabeça na borda de uma piscina e fiquei quase um mês sem andar direito, a coluna doía só de tocar o solo na troca de passo, e um dos membros superiores adormecia eventualmente. Em certo dia, lembrei-me de que poderia ficar igual a um deles, porém tinha certeza de que não enfrentaria o fato da mesma forma que meus colegas. Felizmente tal auto agouro não se estabeleceu. Passada quase uma década, sofri uma queda e torci o joelho – apenas luxação de alguns ligamentos – tive que usar muletas para andar. E isso fez-me, mais uma vez, lembrar de meus colegas e de quanto sofrem os usuários — quer sejam permanentes, quer não —de muletas, cadeiras de rodas e andadores; visto que há cidades que não oferecem calçadas compatíveis com os apetrechos que permitem a locomoção, a sobrevivência dos portadores de algum infortúnio, Curitiba, por exemplo. Quanto a humanidade teria perdido se o físico inglês Stephen Hawking fosse espartano e o costume abrangesse os adultos? Se os espartanos estavam certos, hoje não tem mais importância, porém, se eu e meus colegas o fôssemos poderíamos ter sido eliminados. P.S. Feliz 70º aniversário, em 08/01/2012, Stephen Hawking. 030112