Após uma pequena convivência prazerosa, sob quase todos os aspectos, encontro-me numa situação antagônica.
Tínhamos longos diálogos que nem sempre chegávamos ao ponto desejado, às vezes,
dotados de ocultice, mas eram agradáveis; os longos olhares — olhos dentro dos
olhos — e, por fim, nossos sorrisos, muitos momentos de pureza, geralmente da
parte alheia, a compreensão (que se não era total), pelo menos, tentada.
Agora, sinto-me um tanto acuado por motivos diversos e alheios a mim, estou
numa comunidade grande, por sinal, mas estou desolado, não ouço e nem pronuncio
sequer algumas poucas palavras amigas, pois o passar tão rápido do tempo não
nos permite, ou é o intrínseco de nós mesmos que não facilita.
Aqui, talvez mais do que em outra coletividade, uns não veem no seu par um
irmão, mas realmente um antagonista, ainda mais se os seus objetivos são
paralelos, quando não até mesmo idênticos.
Várias boas emoções que desfrutava, no momento me são vedadas, ao certo
desconheço se devido às circunstâncias ou às pessoas com quem convivo; provavelmente ambas são cabíveis. 1982
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