Porque ela não é desmazelada nem
está? Porque ela é um local geográfico
onde reúnem-se pessoas, gatos, cachorros, vírus, bactérias e muitos outros
seres, e esses espoliam-na o máximo que podem, na verdade, parasitam-na.
O verbo “ser” designa condição ou
característica, por exemplo, Fulano é o prefeito da cidade de Campo Grande;
Sicrano é inteligente.
O verbo “estar” indica um estado ou
posição geográfica, por exemplo, Campo Grande está abandonada pelas as
autoridades; Beltrano está em outra
cidade.
A cidade não é responsável por estar
descuidada, os que a habitam — sobretudo os gestores — o são.
Ela não exerce, nem pode exercer,
ação alguma sobre si ou outrem; todavia, é totalmente passiva, recebe — na
maioria das vezes sofre — a ação dos seus circunstantes, ou outros comensais
que lhe afetam.
Estacionamento sobre calçada na Av. Mal. Deodoro |
Suas calçadas e sarjetas
no centro estão destruídas, mal conservadas; nos bairro o quadro é um tanto
mais crítico: as calçadas não existem, ou estão esburacadas, ou servem de
estacionamento para veículos de duas ou mais rodas; quanto às sarjetas,
seria pedir em demasia.
As ruas centrais estão
forradas de papéis publicitários, sendo que os agentes das sujidades são os
anunciantes, com a cumplicidade do poder público que deixa de coibi-los.
Semáforos
para pedestres inexistem — esses são a parte mais frágil do trânsito —, os quais lançam-se à frente dos carros e dos camicases sobre duas rodas. Ela é — dentre
as muitas capitais que conheço — a única que não os tem. Sinalização
horizontal, com ênfase para a faixa para pedestres, também não há.
O asfalto é um conjunto de
baixos e altos relevos — calombos provenientes de sucessivos remendos — que os gestores não visualizam, há tempos, a necessidade de
recapeamento. Essa desqualidade do asfalto só intensifica a
problemática do transporte urbano, propiciando grandes barulhos ininterruptos
em muitos dos ônibus velhos e mal conservados, alguns até com mofo no teto.
Comércio ambulante nos terminais de ônibus |
Os terminais de ônibus
transformaram-se em camelódromos, tornando seus espaços ainda mais disputados
quando alguns expõem suas mercadorias no chão. Há os que vendem alimentos, os
quais podem ser deletérios, pela longa
exposição ao ambiente e feitura sem fiscalização dos órgãos sanitários. Alguns
bebedouros de água vazam, denota-se duplo descaso: mau serviço ao público e
desperdício do líquido essencial à vida.
A rodoviária, inaugurada em
2009, é um exemplo da desatenção de seus mandatários. Fizeram-na pequena em
demasia — é uma dissonância no tange ao tamanho da sua população e às
perspectivas de seu crescimento —, assemelha-se ao improviso duradouro tão
característico do famigerado e pernicioso “jeitinho brasileiro”, o qual pode-se
subdenominar jeitinho sul pantaneiro, ou jeitinho mandioqueiro,
como oriundos de outros estados alcunham o sul-mato-grossense; as
toaletes mais assemelham-se a uma piscina semiolímpica do que
propriamente a um local para receber o substantivo inerente à sua função
desejada, são sujos, fétidos e destituídos dos apetrechos necessários para
higienização conveniente ( faltam sabonete e papel toalha). Então, para que
servem as taxas de embarque que pagamos?
O que fazem as autoridades em suas
funções? Onde está (localização geográfica) o erário?
Acordem: população e mandatários!
16/08/2013
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