Em
2013, após as manifestações populares, dizia-se que o gigante –
o povo – tinha despertado. Não acreditei, atribuí-as ao incentivo
de alguns protagonistas com diversos vieses ideológicos ou
objetivos, via mídias sociais, somado à difusão pela mídia
tradicional.
Desde
então, passaram-se cinco anos; nesse ínterim, foram ensaiadas
outras manifestações populares – sempre encaminhadas via mídias
sociais –, mas nenhuma de monta similar àquela e outras pré-Copa
do Mundo 2014, quando, inclusive, houve desrespeito à mandatária
primaz.
Tivemos
até os vizinhos argentinos a bradarem – em suas revindicações –
que a Argentina não era o Brasil, no caso, eles não seriam tão
pacatos com o seu governo como nós temo-lo sido. A indiferença
política é uma característica marcante do brasileiro, a qual é
conhecida por muitos afora.
Em
2015, durante o governo Dilma, os caminhoneiros tentaram uma
paralisação nacional, a qual não se compara em monta com atual,
maio 2018. Houve ilações de que a categoria estava sendo utilizada
com propósitos antigovernistas.
Falemos
da atual. Sempre pensei que, não obstante termos um povo um tanto
quanto alheio aos nossos temas sociais, algumas categorias
profissionais poderiam colocar uma unidade governamental (cidade,
estado e união) aonde quisessem. Por exemplo, imaginemos os
profissionais de transporte ou os da limpeza urbana parados, seria
uma catástrofe para qualquer cidade; se os profissionais dessas
mesmas categorias de outras cidades se unissem aos primeiros
poder-se-ia haver um problema estadual. E, assim por diante.
Algumas
outras categorias também têm grande poder de negociação. Pensemos
nos aeronautas e profissionais dos aeroportos, esses igualmente têm
o poder de forçar os dirigentes setoriais a atendê-los em muitos
casos, se não todas, talvez a quase todas as suas reivindicações.
Por
que somos dependentes do transporte rodoviário?
Equivocadamente,
um outro governo – leia Fernando Henrique Cardoso – desmontou a
nossa malha ferroviária ao invés de incrementá-la, quando é
sabido que, em muitos países envolvidos, grande parte do transporte
de carga ocorre por essa modalidade, e também hidroviária.
Parte
maciça do transporte de carga brasileiro é feita por via
rodoviária; essa não só encarece a vida do brasileiro como
contribui para a ceifa de milhares de vida, seja pelos acidentes,
seja pela irresponsabilidade governamental da não fiscalização de
nossas rodovias. Sabe-se que há um enorme número de motoristas, de
todos os tipos de veículos, que dirigem de forma imprudente, e
comenta-se haver motoristas de caminhões que se utilizam de drogas
para dirigir por longo tempo, mormente à noite; enfim, suas
condições de trabalho não são as desejáveis. Tais fatos resultam
em mais acidentes, mais incapazes físicos e mais mortos. Em suma:
prejuízos sociais por todos os lados.
Com
a paralisação atual, tem muita gente irritada com os motoristas,
com os proprietários de postos de combustíveis, talvez, uns poucos
com o governo – quando ele é o único responsável por esse e tantos
outros transtornos sociais.
Intenciono
que não só os caminhoneiros, mas todos os brasileiros –
independente de suas profissões – que têm força moral e
sociopolítica esforcem-se para que todos tenhamos um país justo,
inclusive no que se refere aos impostos que pagamos, os quais são
escorchantes em demasia. 24/05/2018
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