sexta-feira, 17 de outubro de 2014

CURITIBA ESTÁ UM FORNO A CÉU ABERTO, NEM AS BARATAS QUEREM ANDAR SOB O SOL



          No dia 17 de outubro de 2014, às 13h 40min, quando um ônibus  da linha Santa Cândida/Capão Raso passava pelo bairro Juvevê  uma usuária gritou que havia uma barata circulando entre os usuários. Outra disse não  era uma, mas várias, de verdade era um enxame.
 
          A mulherada entrou em alvoroço, outra disse alguém deveria ligar para o 156 número da prefeitura e reclamar. Outra disse que se deveria avisar ao motorista que o ônibus estava cheio de baratas, o que o inocente trabalhador poderia fazer? Caçar o pequeno inseto?

          Mais uma paniquete que não tinha nenhuma semelhança com as da TV disse que alguém deveria tirar uma foto e postar na internet, para que todos os conectados soubessem do absurdo, da falta de cuidados com os ônibus urbanos.

          Mulher, ou qualquer outro ser humano, torna-se deveras corajosa quando agrupada. Aumenta o número de manifestantes, ao que um varão disse a uma moçoila para cuidar-se, visto que estava de saias, essa fez expressão enojada e invocou a sua deidade.

          Algumas mais afoitas gritaram que alguém deveria matá-las; o mais o interessante é que nessas horas ninguém existe, é um ser desconhecido, enigmático e invisível, ninguém vê ou sabe quem é alguém.

          O do sexo oposto, que brincara com a moça saiada disse que, se alguma matasse qualquer dos insetos, acionaria o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), pois nenhum ser vivo deveria ser morto sem autorização da autoridade competente.

          Outra pessoa disse que era um bicho nojento, que ninguém merecia dividir o ônibus com ela, ao que outro replicou que era um ser vivo, logo, tinha direito à vida como qualquer um outro. Não sei se o caso seria da alçada do IBAMA, todavia, o ameaçador conseguiu com que as apavoradas recuperassem um pouco do controle emocional.

          Realmente, barata é algo um pouco, ou talvez bastante, desagradável, mas se formos matar todos os seres vivos que nos causam incômodo, daqui a pouco poderemos querer também matar os seres humanos que nos incomodam, de repente um político ou qualquer outro cidadão  pode querer matar o seu adversário, como tantos incivilizados fizeram e fazem, principalmente no nordeste brasileiro.

          Temos que pensar bem até que ponto é viável, justo, legal e respeitoso eliminar outro ser porque não nos agrada. Até que ponto, tem-se o direito de extinguir a vida de outro ser?                                   17/10/2014

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