sábado, 26 de novembro de 2011

Ocuppy Wall Street and all the world (Ocupe Wall Street e o mundo todo)

Muitos apoiam a ideia do Ocuppy Wall Street e seus desmembramentos, outros desconhecem, outros o ironizam e ou repudiam. Dentre as assertivas apresentadas, penso que a mais nefasta é o desconhecimento dele ou ignorá-lo – no sentido de desdenhar – visto que o que se tenta articular afeta a todos desde os não aquinhoados – ou menos – até os mais mais.

Entretanto, ater-se ao fator econômico é discursar e ansiar por algo um tanto simplório, há que se buscar algo tão – quiçá mais – importante que o nosso bem-estar material.
Há que responsabilizar o capitalismo, muito embora até hoje se desconheça um substituto melhor, pelo incentivo e pela atual busca excessiva do consumo, a qual vitimou o homem em detrimento da busca do ser homem (ser humano, sensível, solidário às causas que afetam a todos – ou a maioria – e não apenas pela capacidade de consumir).

Por que não responsabilizá-lo por esta materialização, individualização excessiva, e reivindicar o seu abrandamento, visto que o cessar é impossível, para que o homem seja homem e não um ser que consome e que quer consumir infinitamente, não apenas os produtos de alta tecnologia, mas também mais e mais roupas de grifes, mais e mais comida a ponto de tornar a obesidade uma pandemia, da qual bem sabemos as consequências para este ser que sucumbe.

Há que se pleitear mais educação – não digo escola, embora também – educação que o permita saber quem é, entender a sua sociedade, seus problemas e, pelo menos, saber tentar resolvê-los, visto que a obtenção ou o restabelecimento do poder de consumo não abranda ou elimina o que realmente aflige a espécie que desconhece e desrespeita a si mesma.

Apontar os bancos, cujas reclamações sobre eles aumentaram no Brasil 44,9% nos primeiros 10 meses de 2011(*), que obtém lucros crescentes ano a ano à custa de sacrifícios ou toleimice alheias não é o bastante, porém pode ser o começo. Só não pode esquivar-se de ver que há mais problemas numérica e qualitativamente.

Como dizia um cartaz em Wall Street “Prenda um de nós; dois mais aparecerão. Você não pode prender uma ideia”. Excelente enquanto sentença, mas tem que ser muito mais que isso, há que se fazer das palavras as atitudes para conseguir um futuro melhor para os habitantes e o seu planeta.

O mais estarrecedor é que se esquecem os ricos que sem pobres trabalhadores que possam consumir que deixará de haver ricos num futuro a medio ou longo prazo.

Muito me alegraria se os manifestantes ampliassem a sua lista de consumo, como por exemplo, paz, justiça, educação, saúde, meio ambiente não poluído, arte, amor, solidariedade, empatia e tantas outras características – bem como virtudes – que fazem um ser pleno ou que o encaminham. (*) Fonte: Metro Curitiba – 18/11/11. 22/11/11

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