Chego a um dos meus inúmeros destinos.
Uma jovem recepciona-me. Os seus cabelos com longas e belas tranças reluzem-se no meu sentido.
Não consigo impedir os meus deslumbramento e desconserto.
Ao abrir a boca começa-se uma sinfonia, mesmo quando não há rimas, visto a maviosidade de seus sons.
Não se altera um segundo sequer, seja ao perguntar, seja ao responder, como quem tem tudo sob o seu controle, e o tem.
Não é comum tamanha solicitude, ela pede-me que a acompanhe. A conversação se estende pelas raias das amenidades, todavia, a mente ousa.
Adianta-se alguns passos, outro extasiamento, agora pela arquitetura do templo, por suas estética e simetria, e como geralmente essa conduz à perfeição, a sua pertence à regra.
Desde as colunas estruturais, passando pelo médio palaciano até a torre, é a plena e infinita harmonia diante dos olhantes meus.
Ao fixar-me em uma janelinha losangular entre duas colunas de Trajano, vejo os meus destino e sonhos entremeados no vácuo, assim, a mente imiscui-se no devaneio de mesma dimensão.
Há abóbadas acopladas a lateral das colunas, algo jamais visto.
A minha realidade seria outra – mas não um sonho –, prefiro àquela, se viver pudesse neste paraíso/templo regido por esta deusa.
Da Vinci, Le Corbusier, Niemeyer e tantos outros, se o vissem, sentir-se-iam enciumados do ignoto colega.
O tempo irá para não sei onde, contudo, a sua imagem e a minha veneração serão infinitas enquanto este plebeu esqueleto subsistir.
Ah! se o tempo parar pudesse nestes lugar e instante, ninguém saberia disto, porém, o meu deleite seria mais incomensurável do que qualquer outro d'agora ou d'antes.
Ó, deusa do chocolate! Por que não me achocolata, melhor ainda se o for com o amaro, e com 70 a 90% de cacau?
Não recebi pousada definitiva, assim, abastecido de feniletilamina e de flavonoides do seu âmago e das suas calorias, tenho que seguir para os meus outros destinos, contudo, a mente está estática.
Maio de 2015.