Não entendeu a
sentença.
A maioria das
pessoas não distingue entre sentença, oração e frase, não na
linguagem corrente, na acepção dos termos. Era uma oração
afixada em um quiosque de café. Não a
compreendia, não obstante saber todos os vocábulos utilizados;
perguntou a atendente. Era uma frase do
café, a respeito de café, era só isso, não havia qualquer outra
explicação – razão – de ela estar ali. Algumas palavras ela
nem havia visto ou escutado antes.
E rituais do
café? Ela sequer tinha
noções do que viria a ser ritual, quanto mais enquanto compondo a
filosofia que defendia o estabelecimento em que trabalhava.
Sabe-se que no
Brasil o costume do café passado no coador de pano, de papel, ou na
cafeteira – não importa, cada tipo de preparo ressalta algumas de
suas diferentes características –, está em quase todos os cantos,
redunda em reuniões familiar, amistosa, e também informais e
formais de trabalho. Esse
diletantismo pode elevar-se com grãos de boa procedência, e quiçá
por um conjunto de louças que o torna mais sofisticado, palatável;
como ainda pode ser acompanhado por múltiplas coisas, tais como uma
torta, um pão ou um biscoito prediletos, ou até todos eles.
O consumo
moderado não representa perigo para as pessoas saudáveis, porém,
as não devem consultar algum discípulo de Hipócrates antes de
degustá-lo. Um momento como
tal só pode ser ímpar – não no sentido de repetibilidade, ele
pode e deve ser, mas na acepção de que nada, ou poucas atividades
podem comparar-se a essa fração cronológica (independente do
numerador dessa, contudo quanto maior, melhor).
Tomar café faz
parte da nossa tradição – é sempre um ritual.
Porventura seria
esse o significado da sentença, com um viés corporativo ?
Se for,
intencionar que a garçonete pudesse dar-lhe tal explicitação é um
querer que está além dos requisitos dos seus encargos, não
obstante o café tivesse a oração pregado. 27/07/2013